Quando José e Maria saíram de Nazaré para
Belém, por decreto de Tibério César, eles não encontraram lugar na
estalagem, por isso, foram para uma manjedoura, onde Jesus nasceu. Não
havia lugar para Jesus na concorrida cidade de Davi. Os espaços já
haviam sido todos disputados e assim, o Cordeiro de Deus, nasceu num
estábulo e não num berço de ouro. O criador do universo, o dono do
mundo, foi rejeitado no seu nascimento e em sua morte. Ele foi
desprezado e dele não fizeram caso.
Os anos se passaram e os homens continuam
afobados, correndo de um lado para o outro, cuidando de muitas coisas e
não se apercebem que também não têm lugar para Jesus. Suas estalagens
estão abarrotadas, seus corações ocupados com muitos cuidados e por essa
causa não dão lugar para Jesus.
Muitas pessoas ocupam hoje o lugar de
Jesus na vida das pessoas: no mês de dezembro, quando se comemora o
Natal, o bojudo Papai Noel torna-se o astro principal do Natal. O velho
de barbas brancas, arquejado por um imenso saco de presentes nas costas,
tornou-se um garoto propaganda, distorcendo a mensagem central do
Natal. O comércio febril, o consumismo insaciável e o multicolorido das
praças tolda o verdadeiro sentido do nascimento de Cristo.
Muitas coisas, outrossim, ocupam o lugar
de Cristo. Vivemos numa sociedade secularizada. O homem pós-moderno
empurrou Deus para os templos religiosos e pensa que ele não interfere
nas demais áreas da vida. Assim, as pessoas tornam-se religiosas, até
mesmo, se dizem evangélicas, mas não se colocam debaixo do senhorio de
Cristo. Vivem segundo os valores de uma sociedade decadente e não
segundo os absolutos da Palavra de Deus.
Não havia lugar para Jesus em Belém e não
há lugar para Jesus nos corações hoje. Muitas vezes, o espaço que se
abre é para o Jesus domesticado pelas conveniências humanas e pelos
desvios doutrinários e não para o Jesus das Escrituras. Muitos segmentos
religiosos pregam não o Jesus da Bíblia, mas o Jesus guru, o Jesus
mestre iluminado, o Jesus milagreiro.
Precisamos resgatar a mensagem que os
anjos anunciaram em Belém: “Eis que vos trago boa nova de grande alegria
e que será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o
Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.7).
Segundo Lucas 2.7, o nascimento de Jesus enfatiza três verdades fundamentais: Primeiro, Jesus é o Salvador do mundo.
Não há outro caminho para Deus, outra porta para o céu, outro mediador
entre Deus e os homens além de Jesus. Ele veio para salvar o seu povo.
Ele veio para nos reconciliar com Deus.
Ele veio para remir-nos dos nossos pecados. Não há mensagem de Natal sem a proclamação da salvação no nome de Jesus. Segundo, Jesus é o Messias prometido.
Ele nos foi dado desde a eternidade. Dele falaram os patriarcas e
profetas. Para ele apontaram as profecias. Ele é a consumação da
esperança do povo de Deus. Ele é o enviado de Deus, o ungido, o profeta,
o sacerdote e o rei, aquele que veio buscar e salvar o perdido.
Terceiro, Jesus é o Senhor.
Diante dele todo o joelho se dobra no céu, na terra e debaixo da terra.
Ele governa o universo, dirige as nações e reina sobre o seu povo. Ele
tem toda autoridade no céu e na terra. Ele está assentado no trono e tem
o livro da história em suas mãos. Dele, por meio dele e para ele são
todas as coisas.
Há lugar na sua vida para o Jesus do
Natal? Seu coração é dele? Ele é o amado da sua alma? Você já se
refugiou nele e o recebeu como o seu salvador? Natal é mais do que troca
de presentes e mesa farta. Natal é Jesus.
Rev. Hernandes Dias Lopes